Todo cético é, por natureza, desconfiado. De certa forma, todos devemos ser céticos em relação a alguma coisa. Neste artigo usaremos a palavra “cético” no sentido mais clássico, isto é, de alguém que se opõe à fé cristã (não necessariamente um ateu, porque, embora todo ateu seja cético, nem todo cético é ateu).
Até um cristão deve ser cético em relação a algumas coisas. Como disse um pensador cristão: "Não é pecado duvidar de algumas coisas, mas acreditar em tudo pode ser fatal." (A. W. Tozer). Alguém disse algo parecido: “Não devemos duvidar de tudo; mas acreditar em qualquer coisa pode ser fatal”.
Quando alguém diz que “duvida de tudo” ou que “não acredita em nada”, está mentindo, pois sua declaração é autocontraditória. Em outras palavras: é impossível alguém duvidar de tudo. É como disse um filósofo: “Aquele que afirma ser cético em relação a um conjunto específico de crenças é, na verdade, um verdadeiro crente em outro conjunto de crenças.” (Philllp E. Johnson)
Um cético coerente aplica seu “detector de mentiras” a qualquer conjunto de crenças (inclusive às suas!), pois como disse alguém “quem não investiga as próprias crenças não merece confiança”. Em outras palavras: um cético coerente aplica o mesmo método de investigação a qualquer crença, sem distinção. Entretanto, um cético incoerente age de outra forma, como no exemplo abaixo:
Um cristão conversando com um cético:
Cristão - Temos aqui 7 coincidências envolvendo esta profecia. O que você acha delas?
Cético - Ora, coincidências acontecem...
Cristão - Mas não temos duas ou três, temos sete...
Cético - Continuo a afirmar que coincidências acontecem...
Cristão - Mas um número tão grande não merece uma investigação?
Cético - Perca de tempo, meu amigo. Reafirmo: coincidências acontecem... o tempo todo.
- Cristão E se eu te apresentar 7 coincidências que sugerem que tua mulher está te traindo? Vai relevar? Ou vai investigar pra tirar a dúvida?
Cético - ???!!!
Esse curto diálogo (que certamente é muito comum nos debates entre céticos e cristãos) toca bem na ferida. Pra entender melhor, vamos examinar os detalhes, com mais profundidade.
Imagine duas situações distintas:
Cenário 1: Vandervil é cético, professor universitário, e casado. Recentemente, começou a desconfiar de sua mulher, acha que ela o está traindo. Para dirimir qualquer dúvida, que está atrapalhando seu sono, contratou um detetive. Alguns dias depois, o investigador apresentou 7 evidências (importante! Ao contrário do senso popular, evidência não é o mesmo que prova, embora estejam intimamente relacionadas).
Bem, diante das evidências, Vandervil tinha duas hipóteses a considerar:
Hipótese 1: As 7 evidências significam alguma coisa, merecem ser ouvidas, isto é, examinadas.
Hipótese 2: São apenas coincidências, não querem dizer nada. Coincidências acontecem.
Qual das hipóteses você acha que Vandervil irá dar crédito? E se fosse você? Investigaria melhor essas 7 evidências ou deixaria pra lá, alegando que eram apenas meras coincidências?
No exemplo acima, Vandervil, é claro, resolveu investigar o caso mais a fundo, pois, segundo ele, eram “COINCIDÊNCIAS DEMAIS PARA SEREM APENAS COINCIDÊNCIAS”.
Cenário 2: Discutindo com um cristão a respeito da Bíblia, Vandervil foi desafiado a explicar 7 evidências a respeito de um certo fato bíblico.
Detalhando: o cristão apresentou 7 profecias específicas sobre um certo evento, que coincidiram com acontecimentos históricos. Novamente, Vandervil estava diante de duas hipóteses:
Hipótese 1: As 7 evidências significam alguma coisa, merecem ser ouvidas;
Hipótese 2: São apenas coincidências, não querem dizer nada. Coincidências acontecem.
Mas desta vez Vandervil não somente foi rápido em alegar que tudo são apenas coincidências, como também se recusou a examinar as evidências.
Diante dessas duas atitudes opostas, podemos deduzir logicamente que Vandervil é UM CÉTICO INCOERENTE E PRECONCEITUOSO.
A realidade é até mais surpreendente do que a ficção. Na maioria dos casos, bastam 3 coincidências e o cônjuge desconfiado já fica com a pulga atrás da orelha. Entretanto, quando é confrontado com um número muito maior de coincidências envolvendo a Bíblia, o dito cujo é “mais rápido do que o raio” em descartar tudo como mera coincidência.
Como diz um ditado no Arquivo7: “3 coincidências podem ser apenas 3 coincidências, mas 7 coincidências são coincidências demais para serem apenas coincidências”.
É claro que essas 7 coincidências não significam, necessariamente, que devam ser significativas; entretanto, a quantidade delas é suficiente para merecer uma consideração maior, você não acha?
De vez em quando topo com alguém do tipo descrito a seguir:
- Eu não acredito em Matemática Bíblica.
- Posso te apresentar algumas evidências?
- Não, obrigado.
“Por causa do seu orgulho, o ímpio não investiga; todos os seus
pensamentos são: Deus não existe.”
(Salmos 10.4)
Moacir R. S. Junior –
morganne777@hotmail.com
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