Como Deus transmitiu a Sua Palavra aos homens? Dentre as várias teorias defendidas pelos cristãos, as três mais populares são:
1 – TEORIA DO DITADO VERBAL – Acredita que Deus transmitiu Sua mensagem como um chefe transmite para sua secretária, palavra por palavra, letra por letra. Nesse caso até o estilo da escrita é do próprio chefe, a secretária serviu apenas como um canal.
2 – TEORIA DA IDEIA TRANSMITIDA PARA A MENTE DO ESCRITOR – Nesse caso, Deus apenas colocaria na mente do escritor o que desejaria escrever, e o próprio escritor, no seu estilo pessoal, escreveria a mensagem.
3 – TEORIA DA INSPIRAÇÃO VERBAL E PLENA – Deus coloca na mente do escritor a mensagem que deseja transmitir, palavra por palavra, mas, misteriosamente, permite ao escritor usar do seu próprio estilo.
Particularmente, eu sigo esta terceira posição, por isso gostaria de detalhar mais sobre ela. Uma olhada básica na Bíblia nos permite perceber que ela contém muitos estilos literários diferentes. E isso, obviamente, significa que a Bíblia foi escrita por diferentes personalidades. Podemos notar, por exemplo, que alguns livros possuem uma linguagem mais culta, e outros, linguagens mais populares. É claro que os escritos de um teólogo como Paulo devem ser diferentes, em estilo e vocabulário, dos escritos de um pescador semialfabetizado como Pedro.
Norman Geisler diz o seguinte:
“... a julgar pela variedade vocabular, gramatical, de estilos, de figuras de linguagem, e pelos interesses humanos dos vários autores, Deus não desrespeitava nem a personalidade nem a cultura dos autores bíblicos quando, na sua providência, os guiava como veículos da sua revelação escrita para a humanidade. Ao contrário, a Bíblia é um livro inteiramente humano em todos os aspectos, exceto no fato de não conter erros.”
Mas, mesmo escolhendo as palavras que o escritor deveria escrever, o Espírito Santo (inspirador da Bíblia) não “forçou” ninguém a ser erudito. Ou seja, se o vocabulário de Pedro só consistia, por exemplo, de 3.000 palavras diferentes, as palavras que Deus queria que o pescador usasse, seria escolhidas dentre essas 3.000. Mas caso o Espírito Santo quisesse adicionar alguma palavra nova ao vocabulário do escritor, com certeza faria isso. No Evangelho de João encontramos alguns exemplos, como a palavra PARACLETO (traduzida como Consolador, em nossas Bíblias). João é o único escritor a usá-la.
Geisler diz ainda o seguinte sobre o mistério da inspiração bíblica:
“Apesar do mistério que ronda o modo como Deus fez com que Sua palavra fosse fiel sem destruir a liberdade e a personalidade dos autores humanos, existem algumas coisas que ficam muito claras. Os autores humanos não eram simplesmente secretários que anotavam algo que estava sendo ditado a eles; a sua liberdade não foi suspensa nem negada. Eles não foram autômatos. As suas palavras correspondiam ao seu desejo, no estilo em que estavam acostumados a escrever. Na sua providência, Deus promoveu uma concordância divina entre as palavras deles e as Suas.” (ênfase acrescentada).
Por fim, Geisler sugere a seguinte definição para a Inspiração Verbal e Plena da Palavra de Deus:
“A inspiração é a operação sobrenatural do Espírito Santo, que, por intermédio de diferentes personalidades e estilos literários dos autores humanos escolhidos, investiu as palavras exatas dos livros originais das Sagradas Escrituras, em separado ou no seu conjunto, como a própria Palavra de Deus, isenta de erro em tudo o que ensina ou implica (inclusive em matérias de História e Ciência), e a Bíblia é, dessa forma, a regra infalível e a autoridade final de fé e prática para todos os crentes.”
Existem passagens claras apontando para a inspiração verbal e plenária? Com certeza, eis algumas:
1 - “Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido” (palavras de Jesus em Mt 5.18).
Aqui Jesus indica que até uma letra terá o seu cumprimento. Isto significa que cada palavra das Escrituras está registrada por inspiração divina.
2 – Em Gálatas 3.16, ao defender seu argumento, Paulo explica que a Escritura “não diz: E às descendências, como falando de muitas, mas como de uma só: E à tua descendência, que é Cristo”. Ou seja, Moisés, ao escrever essa promessa divina, em Gênesis 22.17, foi impelido pelo Espírito Santo a escrever a palavra no singular. Se a tivesse registrado no plural faria toda a diferença.
A EVIDÊNCIA DE GÊNESIS 1.1
Se Deus tivesse apenas sugerido a Moisés que escrevesse alguma coisa que deixasse claro que os céus e a terra foram criados por Ele, Deus, Moisés teria várias opções:
a) Os céus e a terra foram criados por Deus, no princípio;
b) No princípio os céus e a terra Deus criou;
c) Deus criou os céus e a terra, no princípio;
d) Deus, no princípio, criou os céus e a terra;
e) E muitos outros exemplos.
Mas, como provado em muitos estudos, até a ordem das 7 palavras de Gênesis 1.1 foram divinamente inspiradas, isto é, projetadas, pois, mudando-se alguma palavra de lugar, toda a simetria matemática em torno delas, desaba. Aliás, as evidências indicam que até a ordem das 28 letras dessas 7 palavras foram divinamente planejadas. Moisés não poderia ter imaginado essa perfeita ordem do nada.
Aliás, a ordem dos eventos da Criação, registrada em Gênesis 1, com pouquíssimas exceções, coincide exatamente com a ordem crida pela Ciência atualmente. Portanto, para Moisés ter imaginado a ordem certa das coisas, do nada, teria que ter tido uma sorte muito grande!
Já demonstramos muitos exemplos, conectando as 28 letras de Gênesis 1.1 com a ordem dos livros e capítulos da Bíblia, algo que simplesmente seria impossível para Moisés ou qualquer outro arquitetar, quando o Gênesis foi escrito centenas de anos, antes da formação da Bíblia, tal como temos hoje, com 66 livros e 1.189 capítulos!
Por estas e outras razões, muitos acreditam que o esquema matemático oculto em Gênesis 1.1 EVIDENCIA A INSPIRAÇÃO VERBAL E PLENA DA BÍBLIA.
“Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça;” (2 Timóteo 3.16)
Moacir
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