E essa história de provar a inspiração sobrenatural da Bíblia usando a matemática?
Estou bem ciente de que a maioria dos cristãos me olha de forma estranha quando me vê falando de matemática e Bíblia no mesmo discurso. Para eles, é inimaginável qualquer associação entre as duas coisas. Os mais afoitos (e ignorantes) podem até me tachar com a palavra mais negativa dirigida a um ensinador cristão: HEREGE!
Aliás, eu soube dia desses que alguém, líder de alguma igreja em algum lugar deste Brasilzão, me “batizou” de “HEREGE NORDESTINO”, por causa das minhas teses bíblico-matemáticas. E não foi de brincadeira. Praticamente expulsaram da igreja um irmão só porque o tal estava divulgando o Arquivo7.
E quando não me tacham de herege, me chamam de cabalista (praticante da Cabala, uma espécie de misticismo ou ocultismo judaico). Obviamente, quase 100% desses críticos nem sabem o que é Cabala, e nem conhecem as minhas teses (pra saber que entre estas e aquela existem milhões de distância de diferença).
A seguir vou elencar algumas das razões porque acredito que muitos cristãos não dão à Matemática Bíblica, a importância que ela merece.
Alegação 1 – “É UMA NOVIDADE. VOCÊ NÃO VAI ENCONTRAR, DENTRO DA BÍBLIA, ALGUM HOMEM DE DEUS MINISTRANDO SOBRE A CONEXÃO ENTRE A MATEMÁTICA E A BÍBLIA.”
Contra argumento: você também não encontrará dentro da Bíblia, alguém usando a Arqueologia, isto é, descobertas arqueológicas, na ministração da Palavra. Ou usando a Geografia, a Geologia, etc.
A Matemática Bíblica não é uma doutrina nova, é apenas um teste científico que evidencia a origem sobrenatural da Bíblia, por meio da matemática. Da mesma forma que a Arqueologia, que, escavando a terra, traz à tona milhares de evidências à favor da veracidade da Bíblia. Sim, você também não vai encontrar nenhum arqueólogo dentro da Bíblia. Em resumo: a Matemática, a Arqueologia, a História, a Geografia e outros ramos do conhecimento, são apenas ferramentas que nos ajudam a provar a origem divina da Bíblia.
Dizendo de outra forma: a Matemática Bíblica pertence ao campo da Apologética, a ciência ou campo de estudo que defende a inspiração sobrenatural da Bíblia. Em Atos dos Apóstolos (inicio do Cristianismo) você não encontrará nenhum personagem bíblico defendendo a inspiração sobrenatural da Bíblia, porque nos tempos bíblicos o público (desses pregadores) geralmente acreditava que as Escrituras tinham vindo de Deus. O alvo da apologética dos primeiros cristãos era provar que Jesus era o Messias prometido nas profecias, não provar que as Escrituras eram inspiradas por Deus.
Como exemplo, temos Apolo, um dos primeiros apologetas do Cristianismo (apesar das duas palavras serem parecidas, não significa, necessariamente, que possuem a mesma origem).
“E chegou a Éfeso um certo judeu chamado Apolo, natural de Alexandria, homem eloqüente e poderoso nas Escrituras. (...) Porque com grande veemência, convencia publicamente os judeus, mostrando pelas Escrituras que Jesus era o Cristo.” Ats 18:24,28
O discurso apologético de Paulo, o maior apologeta do Cristianismo, também se centralizava em duas bases:
1 – As Escrituras consideradas sagradas pelos judeus, falavam claramente da vinda de um Salvador, um Messias;
2 – Jesus era esse Messias.
“E logo nas sinagogas pregava a Cristo, que este é o Filho de Deus.” Ats 9:20
Outro tema muito frequente na pregação dos primeiros apologetas cristãos era a Ressurreição de Cristo:
“De sorte que disputava na sinagoga com os judeus e religiosos, e todos os dias na praça com os que se apresentavam. E alguns dos filósofos epicureus e estóicos contendiam com ele; e uns diziam: Que quer dizer este paroleiro? E outros: Parece que é pregador de deuses estranhos; porque lhes anunciava a Jesus e a ressurreição.” Ats 17:17,18
Somente mais tarde, na história do Cristianismo, com o surgimento de numerosos críticos contra a inspiração divina da Bíblia, os apologetas cristãos passaram a recorrer as diversas áreas da ciência a fim de demonstrarem que entres essas e as Sagradas Escrituras não havia antagonismo, mas se harmonizavam.
E com o passar dos anos, tendo em vista a quantidade de assuntos envolvendo as ciências e a Bíblia, os apologetas foram se conscientizando de que não tinha como estudarem profundamente todas as ciências e a Bíblia. A quantidade de assuntos científicos (isto é, novas descobertas) aumentava exponencialmente. Era impossível acompanhar tudo (e desnecessário). Então foram surgindo os especialistas. Em vez do apologeta cristão procurar saber um pouco (superficialmente) de História, Geografia, Matemática, Arqueologia, etc., o mais sensato seria se especializar, isto é, aprender o que pudesse sobre uma determinada área. Assim, temos hoje apologetas cristãos especialistas em Arqueologia, outros especialistas em Astronomia, outros em Filosofia, etc.
O ideal seria cada cristão procurar saber um pouco sobre toda a Bíblia e o máximo sobre uma ou mais doutrina dela. A Igreja Cristã só teria a ganhar, pois sempre que precisasse de alguém pra palestrar sobre determinado tema, em vez de convidar um “faz tudo” ou “sabe tudo”, chamaria um especialista na área, o que traria uma rica edificação intelectual e espiritual para o povo.
Logo, além do apologeta geógrafo, o apologeta filósofo, o apologeta astrônomo, o apologeta arqueólogo, etc., por que não também o apologeta matemático?
Enfim, a Matemática Bíblica não traz nenhuma novidade doutrinária, ela apenas produz mais “munições” a favor da inspiração divina da Bíblia.
Alegação 2 – “É NUMEROLOGIA, E DEUS CONDENA A NUMEROLOGIA.”
Contra argumento: Inicialmente, é necessário esclarecermos ou desfazermos dois erros muito comuns:
Primeiro erro: a Matemática Bíblica NÃO É numerologia, não está interessada no significado simbólico dos números, mas nas simetrias e padrões em que os números aparecem;
Segundo erro: numerologia é simplesmente o estudo dos números. Estudar o significado simbólico dos números na Bíblia é uma coisa, atribuir poderes mágicos a eles é outra. No primeiro caso, temos um estudo normal da Bíblia, no segundo, temos ocultismo, e este é o que a Bíblia condena.
Assim como existe a profecia verdadeira, existe a profecia falsa. Da mesma forma, existe a numerologia comum, normal (simplesmente o estudo do simbolismo dos números) e a numerologia ocultista (que atribui poderes místicos aos números e ensina que estes influenciam a nossa vida). Isso é bem parecido com a confusão popular que muitos fazem entre a Astrologia e a Astronomia. A primeira é uma falsa ciência.
Alegação 3 – “MATEMÁTICA NÃO É O MEU FORTE.”
Contra argumento: Infelizmente, esta é a realidade de quase 100% das pessoas, pelo menos se considerarmos a situação brasileira. O fato da matemática ter provocado trauma no inicio da vida escolar de quase todo mundo, fez com que essa ciência dos números ganhasse uma péssima fama e ficasse antipatizada pelo resto da vida de muita gente. Mas creio que há uma grande injustiça aí.
Não acredito que foi a matemática que provocou esse
estrago intelecto/emocional, mas o sistema de ensino
dela. Sim, como eu já deixei claro em alguns textos e
capítulos da Enciclopédia Arquivo7, provavelmente a forma como a matemática nos
foi ensinada é que causou toda essa fobia que vemos hoje. Não vou entrar em
detalhes aqui, pra economizar espaço, só quero dizer que o fato de termos algum
problema pessoal com a matemática não faz com que a Matemática Bíblica seja
indigna de crédito. Resolva o seu trauma, mas não o use como desculpa pra
criticar a Matemática Bíblica.
Moacir Junior – morganne777@hotmail.com – www.arquivo7.com.br