O BÁSICO PARA VOCÊ ENTENDER O ARQUIVO 7

O BÁSICO PARA VOCÊ ENTENDER O ARQUIVO 7
Tudo que você precisa saber para entender a principal linha de investigação do Arquivo7 - O BÁSICO SOBRE MATEMÁTICA BÍBLICA, SEGUNDO A TESE ARQUIVO 7.

CALCULANDO A VERDADE - A INSPIRAÇÃO DIVINA DA BÍBLIA PROVADA PELA MATEMÁTICA

 

Uma introdução à Matemática Bíblica defendida no Arquivo7, numa exposição bem didática, ideal para quem está entrando em contato com essa tese pela primeira vez ou deseja apresentá-la a algum amigo. 

O "cânon" bíblico está fechado, com 66 livros e 1.189 capítulos, e, neste livro, apresentamos a evidência matemática como prova. 

"Investigue tudo, acredite apenas no que for provado verdadeiro" (paráfrase de 1 Tessalonicenses 5.21)

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terça-feira, 23 de abril de 2013

A SIMETRIA E A PROFECIA – Parte 1


PROFECIA – O MAIOR QUEBRA-CABEÇAS DA BÍBLIA

* Se este é o seu primeiro contato com as profecias bíblicas, aconselho-o a pular este artigo, deixando-o para depois que se familiarizar com os outros estudos proféticos. Existem muitos outros textos neste blog que o ajudarão a entender e a amar as profecias.

“A glória de Deus é encobrir as coisas; mas a glória dos reis é esquadrinhá-las.” (Provérbios 25.2)

         Uma das evidências de que uma interpretação está correta é a SIMETRIA, isto é, o encaixe perfeito com todas as peças do quebra-cabeças. Interpretações que deixam algum furo, alguma porta em aberto, devem ser reconsideradas.

         Existem muitos conceitos populares sobre profecia bíblica. São interpretações clássicas que, com o passar do tempo, podem até se tornar sagradas, intocáveis. Não devemos temer se nossas crenças populares de repente forem abaladas, pois aquilo que é verdadeiro jamais será derrubado.

         Investigo as profecias bíblicas há quase 23 anos (desde a invasão do Iraque ao Kwaitt em 1990). Já vi muitos tipos de interpretações escatológicas. Também ouvi muitos pastores, pregadores e ensinadores dizendo que não gostavam de estudar o Apocalipse ou pregar sobre ele porque havia muitas interpretações diferentes e era difícil saber quem estava certo.

         Certa vez, após pregar sobre profecias, o próximo pregador da noite me criticou publicamente, dizendo, entre coisas, que ele não pregava sobre Escatologia porque cada um pregava de um jeito diferente. Outra vez um pastor me procurou e me pediu para parar de pregar sobre o Apocalipse. Mas, em vez de desanimar com esse “conselho”, preparei uma mensagem intitulada: “Sete razões porque devemos pregar a mensagem do Apocalipse”.

         Em tempo: não gosto da palavra Escatologia – que significa, em Teologia, o estudo dos acontecimentos futuros – prefiro usar a palavra Profecia.

         Bem, mas eu sempre pensei que, se existe o livro do Apocalipse na Bíblia, é porque Deus quer que as pessoas (especialmente o Seu povo) tomem conhecimento dele. E, na verdade, o livro do Apocalipse começa dizendo que é uma REVELAÇÃO para os SERVOS DE DEUS. Se você é servo de Deus, o Apocalipse é uma revelação para a sua edificação.

         No decorrer dos anos, vi de quase tudo em matéria de interpretação profética (digo “quase”, porque a gente sempre se surpreende com a imaginação humana). E, quanto mais me aprofundava nas pesquisas, mais tive que abandonar certas interpretações populares que não se encaixavam com a revelação geral. Isso não é fácil. Na verdade é muito frustrante. Você acredita durante anos numa certa interpretação e, de repente, percebe que, pelos princípios básicos de interpretação, aquilo em que você acreditava estava errado.

         Mas é claro que, até agora, a maioria daquilo que aprendi sobre profecias bíblicas tem se mostrado coerente e biblicamente lógico. Penso que somente uns 25% do que aprendi como verdade (no estudo das profecias), estava errado.

         É claro que é muito melhor interpretar uma profecia depois que ela se torna história (tipo as profecias do Antigo Testamento sobre a 1.ª Vinda de Jesus). E a melhor base de interpretação de uma profecia ainda por se cumprir é aquela que foi aplicada nas profecias já cumpridas. Melhor dizendo: o padrão mais acertado para explicar uma profecia futurista é observar como suas “irmãs” foram cumpridas no passado.

         Para se ter uma compreensão melhor dos acontecimentos profetizados, é essencial que se tenha uma visão geral sobre eles, antes dos detalhes. Por exemplo, em relação ao futuro, boa parte dos intérpretes cristãos acredita que a ordem dos eventos será a seguinte:

         - O Arrebatamento – Jesus retira os cristãos da terra antes de uma série de catástrofes apocalípticas. Há controvérsias: uns acreditam que somente uma parte da Igreja será arrebatada (as primícias) e a outra parte ficará para depois (não dá para detalhar melhor neste artigo, pois o nosso tema é outro).
         - Grande Tribulação – Um período de terror de aproximadamente 7 anos.
         - Batalha do Armagedom – Todas as nações do mundo atacando Israel.
         - Retorno de Cristo em poder e glória.
         - Estabelecimento do Reino de Cristo na Terra.
         - Última guerra contra Deus – Rebelião final de Satanás.
         - Julgamento final.
         - Deus renova os Céus e a Terra.

         Esses acontecimentos são claros e inevitáveis. Os detalhes de como e quando irão ocorrer é que geram as controvérsias. É mais fácil dizer que algo vai acontecer do que como e quando vai acontecer. Uma das coisas que faz doer a cabeça dos intérpretes é a questão da cronologia na profecia. Sabemos que isto e aquilo vão acontecer, mas saber o que acontecerá primeiro é que complica.

AS VISÕES DO APOCALIPSE NÃO SÃO CRONOLÓGICAS

         O livro de Apocalipse é, acertadamente, o mais difícil dos livros proféticos da Bíblia. Acredito que um de seus grandes problemas é a questão cronológica. Por exemplo, existem muitas semelhanças entre as 7 trombetas e as 7 taças, o que faz muitos acreditarem que possam ser paralelas (vista de lugares diferentes). O fato do profeta João descrever uma visão no capítulo 17 não quer dizer que os acontecimentos narrados irão acontecer logo após o capítulo 16.

         No final do capítulo 16 (7.ª taça da ira de Deus) mostra a destruição da Babilônia, porém essa destruição é narrada com mais detalhes no capítulo 18. No capítulo 16 Babilônia é destruída, mas no capítulo seguinte ela ainda está viva.

         No capítulo 11 as duas testemunhas de Deus são mortas pela Besta que “sobe do abismo”, mas no capítulo 17, se diz que a Besta ainda está para subir do abismo.

         Existem dezenas de exemplos, mas estes são suficientes para provarem que as visões do Apocalipse (pelo menos entre os capítulos 4 e 18) não são cronológicas.

O APOCALIPSE NÃO CONTÉM SOMENTE VISÕES E JOÃO NÃO ESTEVE O TEMPO TODO NUMA DIMENSÃO FUTURA

         A experiência de João é diferente de todas as dos demais profetas. João não somente “VIU”, mas, muitas vezes, parece que ele foi até o evento, ele viu a Besta de perto, sentiu o seu fedor, mas também sentiu a brisa suave da Nova Jerusalém e participou de um culto no Céu. Isso não significa, porém, que todas as profecias do Apocalipse foram assim. Vejamos dois exemplos:

Apocalipse 11 – As duas testemunhas.

         Popularmente imaginamos que João VIU as duas testemunhas, mas ele apenas ouviu o anjo dizer:

         “E concederei às minhas duas testemunhas que, vestidas de saco, profetizem por mil duzentos e sessenta dias.” (Apocalipse 11.3)

         Neste capítulo temos uma mistura de tempos: Primeiro, uma série de verbos no PRESENTE (versículos 4 a 7):

         “Estas são as duas oliveiras...”

         “Elas têm poder para fechar o céu, para que não chova ...”

         “... têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue...”

         “... a besta que sobe do abismo...”

         Depois (versículos 8 a 10), os verbos são apresentados só no FUTURO:

         “E jazerão os seus corpos ...”

         “Homens de vários povos... verão os seus corpos... não permitirão que sejam sepultados.”

         “E os que habitam sobre a terra se regozijarão ... e se alegrarão; e mandarão presentes uns aos outros,...’

         Agora, a partir do versículo 11, os verbos são descritos no PASSADO.

         “E depois daqueles três dias e meio o espírito de vida, vindo de Deus, entrou neles, e puseram-se sobre seus pés, e caiu grande temor sobre os que os viram.”

         “E ouviram uma grande voz do céu,... E subiram ao céu em uma nuvem...”

         “E naquela hora houve um grande terremoto, e caiu a décima parte da cidade, e no terremoto foram mortos sete mil homens; e os demais ficaram atemorizados, e deram glória ao Deus do céu.”

         Mesmo que João não diga que VIU, parece que, quando os verbos mudam para o passado, João os acontecimentos.

         Os momentos em que o anjo explica as coisas para João são muito parecidos com aquilo que ocorreu ao profeta Daniel. O velho profeta da Babilônia tinha a visão e logo um anjo aparecia para explicá-la. As evidências indicam que João tinha uma espécie de arrebatamento espiritual e quando “retornava à terra”, o mensageiro de Deus explicava o significado.

         Isso é claramente mostrado em Apocalipse 17.

         “Veio um dos sete anjos que tinham as sete taças, e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas;” (versículo 1)

         “Então ele me levou em espírito a um deserto; e vi uma mulher montada numa besta ...” (versículo 3).

         O anjo teletransporta o profeta para um misterioso deserto onde ele vê a prostituta da Babilônia. João usa várias vezes a palavra “VI”.

         Momentos depois o anjo diz que vai explicar a visão e usa o verbo no passado:

         “A besta que VISTE era e já não é; ...”

         “Os dez chifres que VISTE são dez reis, ...”

         “... As águas que VISTE, onde se assenta a prostituta,...”

         “E a mulher que VISTE é a grande cidade ...”

         Quando o anjo vai explicar a visão DEPOIS DE VISTA, diz: “VISTE”. Quando explica a visão no ato, diz: “VÊS”. Vejamos um exemplo:

         “Eu fui arrebatado em espírito no dia do Senhor, e ouvi por detrás de mim uma grande voz, como de trombeta, que dizia: O que VÊS, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas:...” (Apocalipse 1.10,11).

         Outra coisa a se observar: Antes de João ser “teletransportado” em espírito para o deserto onde verá a mulher montada na Besta, o texto diz: “Veio um dos sete anjos que tinham as sete taças, e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas;” (Apocalipse 17.1)

         A prostituta já existia na época de João (e milhares de anos antes dele), mas estava assentada sobre muitas águas, ou seja, dominava sobre “... povos, multidões, nações e línguas.” (Apocalipse 17.15). Então o profeta é arrebatado em espírito e levado para um deserto (futuro), onde já vê a mulher não sobre as águas, mas sobre uma horrenda fera. Em outras palavras: A mulher já domina (ontem e hoje) sobre multidões (= águas), independente da besta estar governando ou não. Mas aí a besta aparece (amanhã) e a mulher monta sobre ela (eles fazem aliança, por um certo período). Depois a besta derruba a mulher de suas costas e a estraçalha.

         É importante alertar para o fato de que costumamos pensar que João teve todas as visões em um só fôlego, mas é bem possível que suas visões tenham ocorrido durante muitos dias (ou meses), e que pode ter havido muitos intervalos entre elas. Talvez nesses “intervalos” João tenha conversado com o anjo e recebido as explicações.

A CONEXÃO DANIEL E APOCALIPSE

         Um dos destaques do Apocalipse é um animal terrível que se levanta do mar. Ele tem 7 cabeças e 10 chifres. Na sua descrição o profeta fala de três animais: leão, urso e leopardo. Isso nos leva imediatamente a lembrar das visões de Daniel. E aqui o quebra-cabeça profético fica ainda mais interessante: Daniel TEM QUE se encaixar com o Apocalipse, pois ambos são considerados livros inspirados por Deus. Vamos dar uma olhada no capítulo 7 de Daniel.

         Tradicionalmente, e desde muito tempo, a maioria dos intérpretes vê os quatro animais (leão, urso, leopardo, animal terrível), como Babilônia, Medo-Persa, Grécia e Roma, respectivamente. Mas existem alguns problemas aqui:

         1.º problema - Daniel 7.17: “Estes grandes animais, que são quatro, são quatro reis, que se levantarão da terra.”

         - O verbo está no futuro: “se levantarão”, mas na época de Daniel Babilônia já existia. Como podia ser simbolizada pelo leão?

         Esse problema não é difícil de resolver: Infelizmente não temos acesso ao texto aramaico (com o qual foi escrito Daniel 7) para sabermos se o tempo verbal é este mesmo. Mas não é preciso apelar aos originais.

         a) Em Daniel 2, Nabucodonosor tem um sonho profético. Eis o que Daniel diz a ele: “...mas há um Deus no céu, o qual revela os mistérios; ele, pois, fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de suceder nos últimos dias. O teu sonho e as visões que tiveste na tua cama são estas: Estando tu, ó rei, na tua cama, subiram os teus pensamentos sobre o que havia de suceder no futuro. Aquele, pois, que revela os mistérios te fez saber o que há de ser.” (Daniel 2.28,29).

         Pelas palavras do profeta o sonho aponta para os últimos dias. Mas Daniel olha para o rei e diz: “... tu és a cabeça de ouro.” (Daniel 2.38). Ou seja, a visão da estátua apontava para o futuro, mas já começava nos dias de Daniel. Por que a visão do capítulo 7 seria diferente?

         b) Quando a estátua (de Daniel 2) é destruída pela Pedra (2.ª Vinda de Cristo), são esmagados não somente os pés de ferro e barro, mas também: “Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como a pragana das eiras no estio, e o vento os levou, e não se podia achar nenhum vestígio deles; a pedra, porém, que feriu a estátua se tornou uma grande montanha, e encheu toda a terra.” (Daniel 2.35).

         É como se a estátua estivesse inteira no final dos tempos (todos os reinos reunidos – a Besta de Apocalipse 13 também reúne todos os reinos), até ser destruída por Cristo.

         Da mesma forma sendo os 4 animais reinos do passado (Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma), todos estarão vivos quando Jesus voltar, mas o domínio estará nas mãos do 4.º.

         2.º problema – Como se diz no capítulo 7 de Daniel que o quarto animal será destruído na Segunda Vinda de Cristo, mas aparentemente os outros não, a explicação seria a seguinte:

         O 4.º animal é destruído, porém os outros três ficarão vivos para o Reino Milenial de Cristo: “Quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o domínio; todavia foi-lhes concedida prolongação de vida por um prazo e mais um tempo.” (Daniel 7.12). Por isso, esses animais não podem representar reinos do passado (isto é, Babilônia, Medo-Persa, Grécia e Roma). Será mesmo?

         Vejamos uma possível solução para este problema: A expressão “Quanto aos outros animais,...” simplesmente pode significar que, após a explicação do anjo sobre o destino do 4.º animal, ele muda o foco e revela que os outros continuariam vivos, porém sem o comando. Em outras palavras: Como o 4.º animal era o mais interessante, a explicação sobre ele foi mais detalhada, e logo após, o anjo voltou sua atenção para os outros três.

         3.º problema – Este é o mais complicado e talvez seja a chave para se completar o quebra-cabeça.

         - “...são também sete reis: cinco já caíram; um existe; e o outro ainda não é vindo; e quando vier, deve permanecer pouco tempo.” (Apocalipse 17.10) – Uma interpretação clássica afirma que as 7 cabeças da Besta são os 7 impérios que dominaram e dominarão Israel até a 2.ª Vinda de Cristo: Egito, Assíria, Babilônia, Medo-Persa, Grécia, Roma e o Reino do Anticristo.

         Assim, o texto acima faria todo o sentido: “... cinco já caíram (do Egito até a Grécia), um existe (Roma, no tempo de João), e o outro ainda não é vindo (o do Anticristo).

         Mas existe um problema sério aqui:

         - É fato que João viu uma besta com 7 cabeças;

         - É fato que Daniel também viu 7 cabeças (leão, urso, 4 do leopardo e uma do último animal).

         - É biblicamente lógico concluir que as bestas de Daniel e a de João são a mesma.

         - Mas se os três primeiros animais são Babilônia, Medo-Persa e Grécia, até aqui já temos SEIS cabeças. Roma seria a 7.ª cabeça, o 7.º reino e não o SEXTO em Apocalipse 17.

         - Logo para se afirmar que a sexta cabeça é Roma, estaremos dizendo que Roma se encontra no leopardo. Pois é o leopardo que tem a terceira, quarta, quinta e sexta cabeças. E agora?

         Repito: É a peça mais difícil desse quebra-cabeças. Duas máximas da investigação devem ser levadas a sério aqui: “Enquanto houver uma evidência do contra, o veredicto não poderá ser dado.” E: “Entre 10 evidências harmônicas e uma contrária, esta ‘uma’ é que precisa enfrentar uma nova investigação e não as 10.”
         Mas não seria mais biblicamente lógico admitir que os quatro animais de Daniel 7 são reinos totalmente futuros? Isso resolveria o problema de Apocalipse 17. Entretanto, se esses quatro (ou melhor, 7, contando as cabeças) são totalmente futuros, gera um outro probleminha (na verdade, um problemão):
         “Cinco caíram” – Se esta frase foi dita no tempo presente (de João há 1900 anos), cinco das cabeças da Besta (portanto, leão, urso e parte do leopardo) existiram antes daquela época.
         Mas se aqui João está no futuro (digamos no período do tempo entre a aparente morte e ressurreição da Besta ou entre o sétimo e o oitavo reino), então as cinco cabeças podem representar reinos que se levantaram em nossos dias ou ainda se levantarão. E qual o problema com esses novos reinos?
A INTERPRETAÇÃO TRADICIONAL DE DANIEL 7 E O PRINCIPIO DA SIMETRIA
         Simetria simplesmente significa harmonia, ou seja, todas as peças se encaixando perfeitamente e completando o quebra-cabeça. Se a Palavra de Deus é simétrica, isto significa que todas as suas profecias seguem uma só linha de pensamento.
         Boa parte da Bíblia tem como pano de fundo os quatro reinos (Babilônia, Medo/Persa, Grécia e Roma). Na verdade, desde o profeta Isaías até o tempo em que João teve a revelação do Apocalipse, o povo de Deus sempre esteve na mira desses quatro reinos.

         O tema dos quatro reinos domina todo o livro de Daniel (com uma possível exceção):

         Capítulo 1 – Babilônia domina;
         Capítulo 2 – Os quatro aparecem em profecia;
         Capítulos 3, 4 e 5 (Domínio de Babilônia);
         Capítulo 6 (Domínio Medo/Persa);
         Capítulo 8 (profecias envolvendo a Grécia e os Medo/Persas).
         Capítulo 9 (Domínio Medo/Persa);
         Capítulo 10 (Domínio Medo/Persa);
         Capítulo 11 (reinos saídos da divisão grega).
         Capítulo 12 (Nenhum reino citado, a não ser o de Deus);

         Agora por que, de repente, o capítulo 7 trataria de outros reinos?

         Vejamos as bases da interpretação clássica.

         01 – Leão - Babilônia
         02 – Urso – Medo/Pérsia
         03 – Leopardo - Grécia
         04 – Animal terrível - Roma

         1 – Por que o leão simbolizaria o Império Babilônico?

         a) Daniel 2 revela quatro reinos: ouro, prata, bronze e ferro – Claramente a profecia diz que o ouro simboliza a Babilônia (Dn 2.38). O ouro é o mais precioso dos metais, o “rei”.

         b) Leão = rei dos animais (esse conceito é não somente popular, mas bíblico. Ex.: leão como símbolo da tribo de Judá, tribo da realeza: “Judá é um leãozinho. (...) O cetro não se arredará de Judá, ...” (Gênesis 49.9,10). Jesus, Rei dos reis, é o Leão da tribo de Judá (Apocalipse 5.5).

         Nabucodonosor é chamado “rei dos reis” em duas passagens bíblicas:
“Porque assim diz o Senhor Deus: Eis que eu trarei contra Tiro a Nabucodonosor, rei de Babilônia, desde o norte, o rei dos reis, com cavalos, e com carros, e com cavaleiros, sim, companhias e muito povo.” (Ezequiel 26.7).

         O profeta diz ao rei: “Tu, ó rei, és rei de reis, a quem o Deus do céu tem dado o reino, o poder, a força e a glória; e em cuja mão ele entregou os filhos dos homens, onde quer que habitem, os animais do campo e as aves do céu, e te fez reinar sobre todos eles; tu és a cabeça de ouro.” (Daniel 2.38,39).

Essas descrições se encaixariam perfeitamente com qual dos 4 animais?

         c) Nas ruínas da antiga Babilônia foram encontradas muitas figuras e esculturas de leões com asas de águia (portanto, era um símbolo familiar da antiga Babilônia).

         d) Jeremias 4.6,7 fala da invasão babilônica a Israel e chama seu rei de “leão”.

         e) Jeremias 50.17: “Cordeiro desgarrado é Israel, os leões o afugentaram; o primeiro a devorá-lo foi o rei da Assíria, e agora por último Nabucodonosor, rei de Babilônia, lhe quebrou os ossos.” Este texto é bem interessante: A área do império Assírio foi quase a mesma do império Babilônico, e aqui os dois são chamados de leões. Adiante voltaremos a nos lembrar desses dois.

         f) De todos os reis citados na Bíblia, a história de Nabucodonosor é a única que lembra perfeitamente a visão de Daniel sobre o leão: “O primeiro era como leão, e tinha asas de águia; enquanto eu olhava, foram-lhe arrancadas as asas, e foi levantado da terra, e posto em dois pés como um homem; e foi-lhe dado um coração de homem.” (Daniel 7.4).

         - Nabucodonosor começou como um leão, devorando tudo, com grande velocidade nas conquistas (asas). Mas, de repente, as asas são arrancadas, a fera fica mansa (Babilônia para de conquistar reinos), e recebe um coração de homem (a fera torna-se humana – Daniel 4 mostra um homem tornando-se uma fera e voltando ao normal 7 anos depois, totalmente humilde. O selvagem deu lugar ao humano).

         Como alguém já disse: “São muitas as coincidências para serem apenas coincidências”.

         2 – Por que o urso simbolizaria o Império Medo-Persa?

         a) Se o leão é Babilônia, o próximo reino na seqüência foi a Pérsia (aliada aos Medos).

         b) Há uma particularidade ligando esses DOIS reinos ao número 2: DOIS braços na estátua; DOIS chifres do carneiro em Daniel 8 (que é claramente identificado com esses dois reinos). E se em Daniel 7.5, se faz referência a um dos “lados” do urso (mostrando primazia de um em relação ao outro lado), a semelhança com os dois chifres do carneiro em Daniel 8, principalmente quando destaca que um era mais alto do que o outro, é grande demais para ser ignorada.

         3 – Por que o leopardo simbolizaria o Império Grego?

         a) Se os dois primeiros são Babilônia e Medo-Persa, logicamente o próximo é a Grécia, sob Alexandre Magno.

         b) Em Daniel 8, o Império Grego se divide em 4 (simbolizados por 4 chifres), e o terceiro animal em Daniel 7 tem 4 cabeças, bem como 4 asas.

         c) A relação entre a Grécia e o número 4 não deve ser ignorada. E com isso temos mais um indício: Em Daniel 2, a Grécia é comparada ao “ventre e quadris” da estátua. O interessante é a origem da palavra QUADRIL:

         “O quadril é a articulação que une o membro inferior ao esqueleto axial. Está formado pelos ossos ilíaco e fêmur, sendo o primeiro formado por três outros ossos íleo, ísquio e pube, totalizando quatro ossos, daí a denominação de QUADRIL.”

http://www.ortbarra.com.br/website/index.php?option=com_content&view=article&id=61:cirurgia-do-quadril&catid=37:especialidades&Itemid=67

         * Vale lembrar aqui uma controvérsia envolvendo cabeças e chifres: Geralmente nas profecias as cabeças simbolizam reinos em sequência e os chifres, reinos paralelos. Como os 4 generais de Alexandre reinaram ao mesmo tempo eles são simbolizados por chifres em Daniel 8 e nesse caso não poderiam ser as cabeças de Daniel 7.

         Mas o mesmo reino tanto pode ser cabeça como chifre ao mesmo tempo. A besta tanto é comparada a uma cabeça como a um chifre.

         Creio ser importante fazer um complemento:

         - CHIFRES = reinos paralelos e em concordância - Os dez reis de Apocalipse têm “um só pensamento”, cap. 17.13.

         - CABEÇAS = reinos em conflitos (os animais em guerra no livro de Daniel).

         Assim, os 4 principais generais de Alexandre tanto podem ser simbolizados por CHIFRES (quando ao lado de Alexandre eles estavam unidos e lutavam por uma causa em comum), quanto por CABEÇAS (tornaram-se inimigos e passaram a guerrear uns contra os outros).

         4 – E o quarto animal? Entra em cena Roma!

         “Depois disto, eu continuava olhando, em visões noturnas, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha grandes dentes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez chifres.” (Daniel 7.7)

         a) “terrível e espantoso” – As maldades e depravação moral dos césares romanos superaram as de todos os reis anteriores. Não se tem notícia, por exemplo, que Nabucodonosor, ou Alexandre ou alguns dos muitos reis da Média e Pérsia tenham matado a própria mãe, como fez Nero. Babilônia jogou o povo de Deus na fornalha, os persas na cova dos leões, mas os romanos superaram a todos com a crucificação, a arena dos leões, as tochas de fogo humanas e outras atrocidades que a História registrou. Só em falar a palavra “romano” todo o mundo tremia (Atos 16.37-39).

         b) “muito forte” – Roma governou o mundo durante mais de 1000 anos (nenhum dos outros reinos anteriores chegou ao menos próximo disso).

         c) “tinha grandes dentes de ferro.” Será por acaso que o elemento FERRO (relacionado a Roma em Daniel 2) seja citado aqui?

         d) “ele devorava e fazia em pedaços” – A primeira coisa que Roma fazia ao conquistar uma nação era dividir suas terras em regiões, tetrarquias, províncias e distritos.

         e) “pisava aos pés o que sobejava” – Aqui se fala dos seus PÉS (outra ligação com Daniel 2, quando relaciona as PERNAS e OS PÉS com Roma).

         f) “era diferente de todos os animais” – Roma foi diferente dos reinos anteriores em muitos aspectos: não foi conquistada por nenhum reino posterior, acabou se mesclando com o Cristianismo (gerando um império romano religioso), sua forma de administrar, e suas leis continuam influenciando o mundo até hoje, etc.
         g) Agora vamos comparar duas declarações em dois capítulos diferentes:

         “E haverá um quarto reino, forte como ferro, porquanto o ferro esmiúça e quebra tudo; como o ferro quebra todas as coisas, assim ele quebrantará e esmiuçará.” (Daniel 2.40)
          “Assim me disse ele: O quarto animal será um quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos; devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços.” (Daniel 7.23)
          No primeiro texto quase todo mundo concorda que é Roma. Quanto ao segundo texto, há controvérsias. Mas se os dois textos não estão falando do mesmo reino, por que tantas coincidências? Se fossem em livros diferentes ainda restaria alguma dúvida, mas textos coincidentes escritos num mesmo livro logicamente têm que estar falando do mesmo tema.
          Portanto, para o “quarto reino” em Daniel 7 não ser uma referência ao Império Romano, o “quarto reino” de Daniel 2 também não pode ser. Mas se o profeta chamou Nabucodonosor, rei da Babilônia de “cabeça de ouro”, ou seja, o primeiro império, a lógica (pelos fatos históricos) é clara: Babilônia foi sucedida pela Média-Pérsia, que por sua vez foi conquistada pela Grécia. Após o período do Império Grego, o próximo império a dominar o mundo foi, sem um pingo de dúvidas, Roma.
          Mais uma peça que se encaixa:
         Logo após Daniel citar o “quarto reino” no versículo 40 do capítulo 2, suas próximas palavras são para os pés e dedos (10 dedos) da estátua.
         “Quanto ao que viste dos pés e dos dedos, em parte de barro de oleiro, e em parte de ferro, isso será um reino dividido; contudo haverá nele alguma coisa da firmeza do ferro, pois que viste o ferro misturado com barro de lodo.” (Daniel 2.41)
         E logo que ele fala do “quarto reino” no versículo 23 do capítulo 7, suas próximas palavras fazem referência aos 10 chifres.
         “Quanto aos dez chifres, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; e depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros, e abaterá a três reis.” (Daniel 7.24)
         Mais uma vez: Se Roma não for o quarto animal (Daniel 7) ela também não pode ser as pernas e pés da estátua (Daniel 2). Mas se a cabeça da estátua é Babilônia, Roma tem que ser o quarto reino.
OUTRAS EVIDÊNCIAS (OU INDICIOS) QUE NÃO PODEM SER IGNORADAS

         1) Se os 4 animais são os 4 impérios, cada um tem um momento de atenção só pra ele: A “ficha corrida” do leão é exposta em Daniel 4; do urso em Daniel 8; do leopardo, em Daniel 8; do animal terrível, em Daniel 7. E em cada caso são acrescentados detalhes que formam uma só visão, relacionada aos últimos dias. Caso eles representem reinos futuros desconhecidos, é estranho que a ênfase nos capítulos seguintes não seja sobre eles.

         2) Em Daniel 8, a besta é chamada de “chifre pequeno” (tal como em Daniel 7). Se os chifres forem os mesmos (e as semelhanças são muitas), então a besta se originará de um dos quatro países (divisões do Império Grego):

         a) Grécia – general Cassandro.

         b) Egito – general Ptolomeu - Dinastia Ptolemaica - governou o Egito de 305 a 30 a.C.

         c) Síria e toda a Mesopotâmia – Império Selêucida - general Seleuco – de 323 a 64 a. C.

         d) Ásia Menor (Trácia) – general Lisímaco – região que fazia parte da atual Turquia – e o mais importante: A antiga cidade de Constantinopla (Istambul), capital do Império Romano do Oriente ficava exatamente dentro desse reino.

         De todos os quatro, o Império Selêucida foi o maior, tanto em extensão, quanto em poder. Entre 323 e 64 a.C. existiram mais de 30 reis da dinastia selêucida. A extensão do Império Selêucida, que cobria desde o mar Egeu até o atual Afeganistão, trouxe uma multidão de povos: gregos, persas, medos, judeus, indianos, entre outros. Sua população total foi estimada em 35 milhões de habitantes, ou 15% da população mundial na época em que era o maior e mais poderoso império do mundo. Outra coisa curiosa: a antiga Babilônia e a terra dos persas fizeram parte desse reino. Ou seja: O Império Selêucida dominou o território dos impérios babilônicos e persas (e isso certamente deve ser significativo).

         Portanto, dos quatro reinos originados da Grécia, dois (reino selêucida e reino da Trácia) dominaram duas cidades importantes nas profecias bíblicas: Babilônia e Constantinopla, respectivamente.

         3 – Como o pequeno chifre tem que ser de uma dessas 4 divisões do Império Grego, e a besta de Apocalipse 13 tem corpo de leopardo, temos mais uma evidência relacionando o 3.º animal de Daniel 7 com a Grécia e suas divisões (como na interpretação clássica).

         4) Ainda: Essa besta que vem do mar (4.º animal) possui semelhança com as três anteriores (e como esse último animal domina a terra TODA, isso certamente envolve todos os territórios que os outros dominaram anteriormente).

         5) Se os três anteriores (leão, urso e leopardo) representam os reinos babilônicos, persa e grego, uma coisa está clara: dos três somente o grego dominou a terra TODA (Daniel 2.39). Será por isso que o CORPO da besta de Apocalipse 13 parece-se com o leopardo e não com os outros?

         Tudo que temos visto até agora evidencia que as profecias finais envolverão não nações das Américas (pelo menos não diretamente), nem nações do extremo oriente (Índia, Japão, China, etc.), nem nações de toda a Europa (a menos que se tornem um só reino), mas sim, as mesmas nações e povos que, durante séculos tiveram como palco de guerra o Mar Grande (Mediterrâneo), e foram diretamente envolvidas com o povo de Deus na Bíblia.

         E desde o livro de Gênesis até o Novo Testamento, seis nomes se destacam na opressão e perseguição ao povo de Deus: Egito, Assíria, Babilônia, Grécia, Pérsia e Roma.

         A nossa atenção até aqui tem sido colocada sobre as cabeças da Besta, mas lembremos que o dragão também tem 7 cabeças (Apocalipse 12). Como o número 7 na Bíblia também significa plenitude ou totalidade, alguns vêem nas 7 cabeças do dragão a indicação de seu completo domínio sobre as nações da terra.

DE VOLTA AO NOSSO PROBLEMA NÚMERO 1

         Mesmo sem associar os seis reinos citados na Bíblia às cabeças da Besta, é fato que, na época de João Roma era o 6.º reino da História a dominar Israel. Mas será mesmo que eles (os 7 reinos clássicos) não possuem nenhuma relação com as 7 cabeças?

         De onde virá mesmo o Anticristo?

         As indicações mais claras estão em Daniel 8. O “chifre pequeno” sairá não da Babilônia ou Pérsia, mas de uma das divisões do antigo império Grego. Sim, mas qual delas? São quatro suspeitos:

a) Grécia/Macedônia

b) Egito

c) Síria

d) Turquia

         Sobre a origem do “chifre pequeno”, Daniel diz:

         “Ainda de um deles saiu um chifre pequeno, o qual cresceu muito para o sul, e para o oriente, e para a terra formosa;” (Daniel 8.9). O Anticristo irá “crescer” em três direções: SUL (ou seja, o Egito), ORIENTE e TERRA FORMOSA. Esta “terra” é claramente um símbolo de Israel. E ela ficaria em qual das direções? Não do Sul e não do Oriente, mas do CENTRO do mundo.

         “Assim diz o Senhor Deus: Esta é Jerusalém; coloquei-a no meio das nações, estando os países ao seu redor;” (Ezequiel 5.5).

         Como só existem 4 direções, temos então:

a) Norte - ???

b) Sul - Egito

c) Oriente – Babilônia e Pérsia

d) Ocidente - ???

         O Anticristo (chifre pequeno) virá dentre uma das 4 divisões do Império Grego, as quais foram:

         a) Grécia/Macedônia – Ocidente

         b) Egito – Sul

         c) Síria e toda a Mesopotâmia – Império Selêucida - Norte

         d) Ásia Menor (Trácia, Turquia) – Norte

         Aqui temos dois “nortes” e nenhum Oriente. Como o Império Selêucida envolveu todos os antigos reinos da Babilônia e da Pérsia, além do Norte, ele também representa o Oriente. Com essa nova informação, temos:

a) Norte - Turquia

b) Sul - Egito

c) Oriente – Síria, Babilônia e Pérsia

d) Ocidente – Grécia/Macedônia

         Dos quatro, somente a Turquia está diretamente relacionada ao Norte. Como o Anticristo vai crescer PARA o Sul e PARA o Oriente, só restam duas alternativas: Ou ele virá do Ocidente ou do Norte. Você apostaria em qual alternativa?

ENTRA EM CENA GOGUE, DA TERRA DE MAGOGUE

         Agora nossa atenção se voltará para um dos personagens mais misteriosos da Bíblia e que, tradicionalmente tem sido identificado com a Rússia.

         Geralmente o esquema das profecias é este: Restauração de Israel, Ataque das nações e Implantação do Reino de Cristo. Para os tempos finais, um esquema sempre aparece nos profetas:

         Restauração de Israel – Ataque global contra Israel – Retorno de Cristo para o Reino de Paz Milenar.

         Agora comparemos com os capítulos finais de Ezequiel:

- Ezequiel 36/37 (Restauração de Israel), Ezequiel 40-48 (Reino de Cristo). E qual o tema dos capítulos 38 e 39 (entre a Restauração e o Reino)?

         O problema é que muitos estudiosos colocam a guerra de Gogue contra Israel como uma luta distinta da chamada Guerra do Armagedom – alguns até acham que essa guerra (de Gogue) poderá ocorrer antes do Arrebatamento.

         Mas pelo principio da Simetria isso não faz sentido. Na verdade, existe um versículo que esclarece muitas coisas:
         
        “Assim diz o Senhor Deus [contra Gogue]: Não és tu aquele de quem eu disse nos dias antigos, por intermédio de meus servos, os profetas de Israel, os quais naqueles dias profetizaram largos anos, que te traria contra eles?” (Ezequiel 38.17). Algumas conclusões inevitáveis:
        
       1 – Gogue é alguém bem conhecido dos profetas – Quem mais além do “cara” de Apocalipse 13?

         2 – Deus diz que seus profetas profetizaram durante muitos anos que Gogue viria contra Israel – Quem é o outro personagem, além de Jesus, que é o alvo de muitas profecias?

         3 – “E os da casa de Israel saberão desde aquele dia em diante, que eu sou o Senhor Deus.” (Ezequiel 39.22) - Depois da derrota de Gogue, Israel passa a saber que Deus é o Senhor, um fato que, nos profetas, sempre é relacionado com a última guerra antes do Retorno do Senhor (Zacarias 12, 13 e 14).

         A conclusão que se encaixaria com as demais profecias é que a terra de Magogue é o império do Anticristo. Mas vamos com calma.

OITO REINOS E APENAS SETE CABEÇAS?

         É fato que, desde o inicio de sua história, o povo de Israel foi dominado por 6 impérios mundiais até Roma. E é fato que o povo da Antiga Aliança será oprimido mais uma vez por um último império antes de Jesus voltar. Portanto, 7 dominações históricas (registradas na Bíblia) e isto deve ter uma razão.

         O reino da Besta será formado a partir de 10 reis que sairão da área do 4.º animal (Roma). Por sua vez, o 4.º animal ocupou os mesmos territórios do leopardo (de onde virá o Anticristo).

         Vamos ver até onde a evidência nos leva. Daniel viu 4 animais e 7 cabeças. Pelas evidências bíblicas e históricas:

1 – Babilônia - leão
2 – Média-Pérsia - urso
         3 – Grécia – leopardo
         4 – Egito - leopardo
         5 – Síria (reino Selêucida) - leopardo
         6 – Turquia (Ásia Menor) - leopardo
7 – Roma – Animal desconhecido

         Importante: Apesar de Daniel ter visto 7 cabeças, o anjo fala de “quatro reinos” e não sete. Outra informação preciosa: a Besta de Apocalipse 13 não é o quarto animal de Daniel. Melhor dizendo: não é somente o quarto animal. A razão é simples: Apesar de ambos terem 10 chifres, os dois não têm a mesma quantidade de cabeças. O quarto animal tem apenas uma cabeça (Roma), e a Besta de Apocalipse 13 junta todos os animais (reinos) num só. Por isso parece-se com leopardo, leão e urso. No final de tudo haverá lugar apenas para um animal: A Besta de 7 cabeças. Todos juntos para a batalha final contra Deus.

         Essa parte é bem complexa: Se Roma é a 7.ª cabeça (do capítulo 7 de Daniel), e ela estava reinando na época de João (I século da Era Cristã), o reino vindouro (do Anticristo) seria o OITAVO. Não podemos chegar a outra conclusão pelos dados que dispomos.

         Entretanto, se são apenas 7 cabeças, mas falamos de 8 reinos, como poderíamos encaixar isso? Como numa intricada trama policial e um final surpreendente, existe uma solução um pouco absurda no inicio, mas que encaixa tudo.

SIM, SÃO MESMOS OITO REINOS E APENAS SETE CABEÇAS

         1 – Babilônia - leão
         2 – Média-Pérsia - urso
         3 – Grécia – leopardo
         4 – Egito - leopardo
         5 – Síria (reino Selêucida) - leopardo
         6 – Turquia (Ásia Menor) - leopardo
         7 – Roma – Animal desconhecido

         Daniel não viu nenhum outro animal após o quarto, mas apenas a chegada do Reino de Deus. O significado disso é claro: Não haverá nenhum reino novo (humanamente falando) após Roma! O quarto animal é Roma e ele será destruído por Cristo. O quarto animal é o reino final. Como? Como? Como?

         A solução é surpreendente: Não haverá um outro reino. O próximo reino (do Anticristo) virá dentre os que já existiram antes (dentre uma das 7 cabeças). Como, por alguma razão misteriosa, o Quarto Animal sobrevive até a 2.ª Vinda de Cristo (e já estava vivo e reinando desde a 1.ª Vinda), o último reino virá do corpo dele (isto é, da mesma área de domínio dele, no passado).

         Qual a prova?

         “Assim me disse ele: O quarto animal (= Roma) será um quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos; devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços. Quanto aos dez chifres, daquele mesmo reino se levantarão dez reis (O REINO DO ANTICRISTO);” (Daniel 7.23,24).

         Quando os 10 chifres se levantam (no final dos tempos), o Quarto Animal (que até então só tinha uma cabeça), sofre uma diabólica metamorfose e passa a ter 7 cabeças. Por isso se diz que ele seria “diferente de todos os reinos”: Governou uma vez no passado, passa por uma transformação híbrida e volta a governar.

         Você está achando essa interpretação absurda demais? Ainda tem mais. Eu disse anteriormente que o próximo reino (do Anticristo) virá dentre os que já existiram antes (no caso, Roma). Portanto, não será um reino novo, repito, mas um reino renovado.
        
         Por causa disso, muitos estudiosos, durante anos, sempre olharam para os países da Europa, afirmando que o antigo Império Romano seria restaurado e que, portanto, a Europa iria dominar o mundo. Mas parte dessa interpretação está errada. Como sei disso? Simples. Não se encaixa com o Principio da Simetria.

         Durante anos se afirmou que os 10 chifres (10 reis) serão apenas países europeus (se bem que, recentemente, ganhou força a idéia de que poderão ser 10 blocos de poder, espalhados pelo mundo todo). Sendo assim, teria que envolver países que não fazem parte da “elite profética”, ou seja, países que estão fora da área das 7 cabeças (Babilônia, Pérsia, Grécia, Egito, Síria, Turquia e Roma). Essas idéias permitem muito furos, portanto violam a Simetria.

         Como os 10 chifres já estavam no corpo do Quarto Animal (fase 1, Roma), certamente são países (ou povos) que já existiam há 2000 anos, mas ainda estavam adormecidos. Só despertarão na fase 2 do Quarto Animal, para reinarem juntamente com a Besta. Mais uma razão para não procurarmos esses 10 reinos entre as nações e países novos (tipo Américas).

         As evidências mostram que, a menos que haja uma aliança ocidental com o poder islâmico, o último reino (ou o Quarto Reino restaurado) será um Império Islâmico.

ESPERA AÍ! SE O ÚLTIMO REINO SERÁ APENAS UMA RESTAURAÇÃO DO QUARTO (ROMA), ENTÃO O ANTICRISTO VIRIA DO OCIDENTE. COMO SERIA ISLÂMICO?

         Através de Daniel 8, sabemos que o “chifre pequeno” se levantará ou do Norte ou do Ocidente, como já demonstrado. Por Ezequiel 38, a Besta virá do Norte (portanto, já descarta o Ocidente). Como demonstrado anteriormente, o país melhor candidato pra isso é a Turquia (que faz parte da elite profética, as 7 cabeças da Besta).

         Se o chifre pequeno em Daniel 7 sai dentre os 10; se os 10 saem dentre o corpo do Quarto Animal, e este bichão é o Império Romano, o Anticristo será romano. Daniel 9.26 confirma isso quando revela que o futuro “Príncipe” é do mesmo povo que destruirá o Templo de Jerusalém depois da morte do Messias.

         A dedução é simples e mortal: Quem destruiu Jerusalém e o Templo após a morte do Messias Jesus foi o Império Romano, no ano 70 da Era Cristã. Portanto, o Anticristo é romano.

         A maior parte do mundo dominado por Roma nos tempos antigos está hoje debaixo do Islamismo. Isso é inquietante e gera calafrios, mas a ameaça islâmica é real e muito próxima de nós. O Anticristo poderá ser romano e islâmico. Por que não?

MAIS UMA PEÇA QUE SE ENCAIXA EM NOSSO QUEBRA-CABEÇA ESPECIAL

O Império Romano dividiu-se em dois no ano 395 da Era Cristã: Um Ocidental, com capital em Roma, e o outro Oriental com a capital em Constantinopla, que ficava localizada exatamente ... na Turquia, uma das 7 cabeças na visão de Daniel! Veja como tudo se encaixa! Todas as ações do inimigo contra Deus e o Seu povo sempre vieram e virão das 7 cabeças. Portanto, qualquer país futuro que se levantar contra Israel tem que vir de uma dessas 7 cabeças.

         Exemplos modernos: Nas guerras do século XX contra o Israel renascido nacionalmente, quem liderou todos os ataques?

         - 1948 – Guerra da Independência – líder do ataque: Egito
         - 1956 – Guerra do Sinai – principal instigador: Egito
         - 1967 – Guerra dos Seis Dias – Egito, juntamente com a Síria
         - 1973 – Guerra do Yom Kippur – Egito ataca a partir do sul e a Síria, do norte
         - 1991 – O Iraque lança 40 mísseis “scuds” contra Israel
         - 2006 – Hezbollah (patrocinado pelo Irã) ataca Israel

         Ou seja: Quatro das cabeças da Besta (Egito, Síria, Babilônia e Pérsia) voltaram a atacar Israel nestes tempos finais.

         UMA RAZÃO AINDA MAIS PROFUNDA PARA QUE HAJA APENAS UM REINO HUMANO (QUARTO ANIMAL) ENTRE A 1.ª E A 2.ª VINDA DE CRISTO

         Pode parecer absurdo, mas os profetas, muitas vezes, enxergavam a 1.ª e a 2.ª Vinda de Jesus como uma coisa só. Alguns exemplos:

         a) “Porque um menino nos nasceu (1.ª Vinda), um filho se nos deu; e o governo estará sobre os seus ombros (2.ª Vinda); e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai Eterno, Príncipe da Paz.” (Isaias 9.6)

       b) “O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; a apregoar o ano aceitável do Senhor (1.ª Vinda) e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes (2.ª Vinda);” (Isaías 61.1,2).

         c) “[1.ª Vinda] Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei; ele é justo e traz a salvação; ele é humilde e vem montado sobre um jumento, sobre um jumentinho, filho de jumenta. [2.ª Vinda] De Efraim exterminarei os carros, e de Jerusalém os cavalos, e o arco de guerra será destruído, e ele anunciará paz às nações; e o seu domínio se estenderá de mar a mar, e desde o Rio até as extremidades da terra.” (Zacarias 9.9,10)

         Para os profetas O Messias viria à Terra para morrer e para reinar no mesmo período. É como se o Messias tivesse que assumir o Trono de Davi no 3.º dia após Sua morte (o Dia da Ressurreição). Eles não sabiam que haveria um intervalo tão grande entre os dois acontecimentos.

         A profecia é bem clara: Deus vai estabelecer o Reino do Messias nos dias do reinado do Quarto Animal (Daniel 2.44; 7.11-14). Isso ainda é futuro? Depende. Na verdade, O REINO ESPIRITUAL do Messias já foi implantado na terra há 2000 anos, exatamente durante o reinado do Quarto Animal. Quem pode negar isso?

         É outro princípio de interpretação da profecia: antes do cumprimento literal, geralmente existe um cumprimento espiritual.

         a) Na 1.ª Vinda de Jesus, Ele trouxe libertação espiritual para Israel; na 2.ª Vinda Ele trará libertação espiritual e física para Israel.

         b) Atualmente os cristãos estão (espiritualmente) assentados com Cristo nas regiões celestiais (Efésios 2.6); futuramente estaremos com ele, assentados em tronos, no futuro reino (Apocalipse 3.21).

         c) A redenção começa com a transformação do nosso homem interior (Efésios 2.1,5); No Arrebatamento e Ressurreição será também transformado nosso homem exterior (1 Coríntios 15.51-54).

         d) Atualmente muitas estrelas (= homens de Deus) estão (espiritualmente) caindo do firmamento (Daniel 12.3; 1 Coríntios 10.12); na Tribulação futura, as estrelas (ou seja, meteoros) cairão (literalmente) dos Céus (Apocalipse 6.13).

         e) Atualmente, o “espírito do Anticristo” já opera; futuramente, o Anticristo estará na terra fisicamente (1 João 4.1; 2 Tessalonicenses 2).

         f) Atualmente Jesus está conosco em Espírito (Mateus 28.20); futuramente estará conosco em Pessoa física (Apocalipse 21.3).

         g) Primeiro foi estabelecido o Reino espiritual do Messias na Terra (por meio da Igreja); futuramente Seu Reino literal será estabelecido na Terra (por meio da Igreja e Israel).

         Portanto repito: O Reino do Messias será estabelecido na Terra durante o governo do Quarto Animal. Isso aconteceu há 2000 anos (espiritualmente) e acontecerá em breve (literalmente) também diante do governo (fase 2) do Quarto Animal (cuja maldade estará num nível nunca visto antes).

QUEM ESTARÁ NO COMANDO DA FASE 2 DO QUARTO ANIMAL?

         Somente 7 reinos governarão o mundo e oprimirão Israel até que Deus estabeleça na Terra o Reino do Seu Filho: Egito, Assíria, Babilônia, Pérsia, Grécia, Roma e... Quem é o 7.º?

         CONTINUA...

“Tu, porém, Daniel, cerra as palavras e sela o livro, até o fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará.” (Daniel 12.4)

Moacir R. S. Junior – morganne777@hotmail.com