Paul Graham é programador, escritor e investidor. Também é conhecido por um ensaio divulgado em 2008 onde define sua “hierarquia da discordância”, um guia simples para analisar e melhorar argumentos em discussões.
A pirâmide de Graham consiste em classificar os 7 níveis das críticas e dos argumentos, ou seja, do mais baixo e irracional ao mais alto e consistente.
Parte das explicações adaptei de um artigo na internet (que vou citar no final), mas todos os exemplos citados foram criados por mim, usando a tese sobre a Matemática Bíblica (defendida por mim e por outros estudiosos), para ficar mais claro e real.
TRÊS PRIMEIROS NÍVEIS: A PARTE MAIS BAIXA E DESONESTA DA PIRÂMIDE
Nível 1: DESRESPEITO E XINGAMENTO
Indiscutivelmente este é o nível que mais gera desconforto e desmotivação, pois estampa a intolerância e isso vai da forma mais grosseira até àquelas pretensamente sofisticadas, tais como:
“Que tese idiota a sua!”
“Essa tese é estúpida e não tem base nenhuma”
“Nunca li tantas bobagens juntas”.
Nível 2: AD HOMINEM (que vem do latim e quer dizer o argumento contra a pessoa)
Consiste em desviar o foco da proposição para o autor, sem xingamento, mas colocando em dúvida sua isenção ou credibilidade ao opinar sobre o tema.
“O autor dessa tese não é um bom exemplo de cristão.”
“O autor da tese não sabe de nada”.
“Esse autor aí não é o mesmo que disse outro dia aquela frase idiota?”
“Hummm... não dá pra confiar na tese de alguém que apoia certos políticos”.
Nível 3: RESPOSTA AO TOM
Embora nesse nível o autor seja poupado das críticas, ao invés de se dirigirem às ideias, as críticas passam a se dirigir ao texto. Engloba desde erros ortográficos até ataques ao estilo de escrita ou fala.
“Parei de ler quando vi três erros de português”.
“O vocabulário usado pelo autor é muito pobre”.
“Tese mal escrita”.
Essa forma de discordância também é desonesta pelo fato de nada acrescentar a respeito dos pontos defendidos pelo autor, atacando a forma do discurso e não o seu conteúdo.
NÍVEL DO MEIO DA PIRÂMIDE – NÃO É OFENSIVO OU DESONESTO, MAS NÃO ACRESCENTA NADA AO DEBATE
Nível 4: CONTRADIÇÃO
A partir desse nível, passamos a falar de discordâncias que já não são desonestas e podem ou não ter algum potencial de contribuição positiva ao debate. A mais simplória delas é a contradição, que consiste na mera afirmação de uma ideia contrária à do texto original.
“Não concordo com a tese do autor”.
“Essa tese está errada”.
“O autor afirma que existem códigos matemáticos na Bíblia, mas nós sabemos que não existem”. [podemos perguntar: quem são “nós”? Como é que eles sabem?]
“O autor afirma que existem padrões matemáticos na estrutura da Bíblia, mas os teólogos discordam”. [aqui podemos perguntar pra ele: quais teólogos? Eles apenas discordam ou provam que a tese está errada?]
Embora não seja uma forma desonesta de discordar, a contradição raramente contribui com o debate. Sem apresentar argumentos sólidos, a afirmação apenas se posiciona como alternativa à proposição original, sem rebatê-la. Ou seja, o indivíduo simplesmente nega a tese defendida, sem apresentar uma argumentação contrária. Nega por negar.
A PARTIR DO PRÓXIMO NÍVEL, PASSAMOS PARA O LADO POSITIVO DA PIRÂMIDE
Nível 5: CONTRA-ARGUMENTO
É uma forma de discordância superior às anteriores, e com maior potencial para afetar positivamente a discussão em alguns casos. Consiste em uma forma mais sofisticada de contradição, onde além de confrontar o conteúdo da proposição original, também são apresentados argumentos sólidos e logicamente sustentáveis como embasamento [não necessariamente significam que estão corretos]. Vamos analisar o comentário abaixo:
“É normal a gente encontrar várias coincidências numéricas em um texto. Por exemplo, no primeiro parágrafo do poema ‘O corvo’, de Allan Poe, podemos destacar vários padrões envolvendo o número 7.”
O problema com esse nível de discordância é que, apesar de apresentar bom embasamento, ele não ataca de fato as afirmações feitas pelo autor original. Ou seja, na Matemática Bíblica não apresentamos só padrões envolvendo números pequenos, como o 7, mas números maiores em operações matemáticas com até centenas de dígitos.
Nível 6: REFUTAÇÃO
É um nível onde há contribuição real ao debate, e consiste em uma evolução do contra-argumento. Mas agora, atacando um ponto relevante da ideia original e que de fato tenha sido defendido pelo autor.
“O autor defende que a quantidade de números 3 e 7 inseridos no texto original de Gênesis 1.1 é a prova de um desígnio divino. Mas o teólogo Norman Geisler, em sua Enciclopédia de Apologética discorda pelas seguintes razões:”
A refutação derruba uma parte relevante da proposição original. O único problema é que o ponto refutado não é central ao argumento defendido pelo autor, de forma que sua refutação não o rebate completamente.
Em outras palavras: o argumento central do autor é que existe uma série de padrões numéricos envolvendo os números 3, 7, 37 e 73 em Gênesis 1.1 e na estrutura da Bíblia. O refutador contestou apenas os padrões relacionados a 3 e 7, que são os mais fracos, mas não conseguiu contestar os envolvendo 37 e 73, que são os mais fortes e os pontos centrais da tese defendida.
Para apresentar exemplos fáceis de serem verificados: no final do século XIX, um russo (naturalizado americano), Ivan Panin, fez várias descobertas interessantes nos textos originais da Bíblia, entretanto, enfatizou mais o número 7 (até porque não chegou a descobrir a riqueza maior da Matemática Bíblica, que envolve os números 37 e 73). Em anos recentes, boa parte da tese de Panin tem sido questionada pelos céticos.
Porém, nas décadas de 80 e 90, alguns pesquisadores fizeram descobertas sobre a Matemática Bíblica tão complexas e interessantes, que as de Panin é como se fossem coisas do jardim de infância. Dois desses estudiosos (Peter Bluer e Vernon Jenkins) fizeram as descobertas mais profundas (e Vernon ainda mais), de modo que hoje não conheço nenhum cético que tenha ousado contestar as teses desses dois ingleses. E muitos outros tem se levantado (John Elias, Leo Tavares, etc.).
Nível 7: REFUTAÇÃO DO PONTO CENTRAL
Esse é o nível máximo de discordância, onde a refutação tem como alvo o ponto central da ideia defendida pelo autor original. Uma vez refutado o ponto central, toda a argumentação precisa ser abandonada ou revista, levando a discussão a níveis cada vez mais altos e gerando aprendizado. Vamos aos comentários abaixo:
Exemplos: [Na verdade, nunca encontrei uma refutação que derrubasse a tese central da Matemática Bíblica. Por tese central, quero dizer os padrões envolvendo os números 37 e 73, que, na matemática, pertencem ao conjunto dos números ESTRELARES HEXAGONAIS, uma categoria que aparece de forma impressionante no texto hebraico de Gênesis 1.1 e que foi descoberta, principalmente, pelo inglês Vernon Jenkins].
* Algumas explicações
dos tópicos (sem os exemplos) foram adaptadas do artigo deste site:
https://prolifeengenharia.com.br/metodo-graham-saiba-como-aplicar-na-sst-e-na-vida
Moacir Junior – moacir37junior@gmail.com – www.arquivo7.com.br
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