“É um velho preceito meu que, quando se exclui o
impossível, o que resta, por mais improvável que seja, deve ser a verdade.” (Sherlock
Holmes, o maior detetive da literatura mundial).
“Então vi subir do mar uma besta que tinha dez chifres e
sete cabeças, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças
nomes de blasfêmia.”
(Apocalipse 13.1)
Provavelmente nenhum personagem da
profecia bíblica causou mais controvérsia no decorrer da História do que a
Besta. Qualquer pesquisa básica sobre esse tema parece levar você a um beco sem
saída. Mas, qual seria a pergunta correta: O QUE é a Besta? Ou: QUEM
é a Besta?
A Besta já foi comparada a vários
personagens históricos: reis, papas, ditadores, magos, e até teólogos. Porém,
para alguns estudiosos a Besta não é uma pessoa, mas um reino. Entretanto, ela
já foi até comparada a uma máquina (um lendário computador chamado BESTA, que
causou muitas controvérsias entre os cristãos da década de 80).
Mas, deixando de lado toda teoria
fantasiosa, o que o texto bíblico diz claramente sobre a Besta?
1ª Hipótese – o fator QUEM –
Ela é uma pessoa?
2ª Hipótese – o fator O QUE –
Ela é um reino?
Analisando a 1ª Hipótese: QUEM?
“... e adoraram o dragão, porque deu à besta
a sua autoridade; e adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem
poderá batalhar contra ela?” (Apocalipse 13.4).
1 – Normalmente não se adora um reino, mas um
rei;
2 – A pergunta dos adoradores é clara: “Quem
é semelhante à besta?” Não diz: “O que é semelhante à besta?”
3 – Apocalipse 13.6: “E abriu a boca
em blasfêmias contra Deus, para blasfemar do seu nome e do seu tabernáculo e
dos que habitam no céu.” – É muito estranho um reino abrir a boca para
amaldiçoar a Deus.
4 – Apocalipse 13.18: “Aqui há sabedoria.
Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número
de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis.”
5 – Apocalipse 17.9,10: “Aqui está a mente
que tem sabedoria. As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a
mulher está assentada; são também sete reis:...” – cada cabeça é um rei.
6 – Apocalipse 19.20: “E a besta foi presa, e
com ela o falso profeta que fizera diante dela os sinais com que enganou os que
receberam o sinal da besta e os que adoraram a sua imagem. Estes dois foram
lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre.” – Não se prende um
reino, mas uma pessoa. A parte sublinhada do versículo também deixa claro que
está se tratando de pessoas, não reinos.
Analisando a 2ª Hipótese: O QUE?
1 – Apocalipse 17.9,10: “Aqui está a mente
que tem sabedoria. As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a
mulher está assentada; são também sete reis:...” – se existe rei, é
porque existe um reino;
2 – “E quatro grandes animais, diferentes uns
dos outros, subiam do mar... Estes grandes animais, que são quatro, são quatro reis,
que se levantarão da terra... Assim me disse ele: O quarto animal será um
quarto reino na terra.” (Daniel 7.3; 7.7; 7.23) – Em Daniel 7, os
animais são reis, e, ao mesmo tempo, reinos.
Sem dúvida nenhuma a Besta simboliza
um homem, um poderoso rei, mas também um reino. Nesse caso, ela é tanto O
QUE, como também QUEM.
A CONEXÃO DANIEL E
APOCALIPSE
Ao descrever a Besta, o profeta a
relaciona com 3 animais:
“E a besta que vi era semelhante ao leopardo,
e os seus pés como os de urso, e a sua boca como a de leão; e o
dragão deu-lhe o seu poder e o seu trono e grande autoridade.” (Apocalipse
13.2).
Esses animais já apareceram juntos em algum
lugar da Bíblia. Quem alguma vez leu o Antigo Testamento, ou pelo menos o livro
do profeta Daniel, lembra de uma cena, sonhada pelo vidente hebreu:
“Falou Daniel, e disse: Eu estava olhando,
numa visão noturna, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o Mar
Grande. E quatro grandes animais, diferentes uns dos outros, subiam do mar. O
primeiro era como leão, e tinha asas de águia; ... Continuei olhando, e
eis aqui o segundo animal, semelhante a um urso, ... continuei olhando,
e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, ... Depois disto, eu
continuava olhando, em visões noturnas, e eis aqui o quarto animal, terrível e
espantoso, e muito forte, ...” (Daniel 7. 1-7).
Será que a visão de Daniel é a mesma de João
(o escritor do Apocalipse), com outros detalhes? O fato é que, apesar de Daniel
ver quatro animais, notou que, juntando tudo, dava 7 cabeças, pois um
deles (o leopardo) tinha 4 cabeças. E o misterioso animal que João viu tinha –
ao todo – 7 cabeças.
Outra coincidência é que, na visão de Daniel,
apareciam 10 chifres – o mesmo acontece na visão de João.
Pelo número de coincidências, a conclusão é
que as visões dos dois profetas estão conectadas.
MAS OS ANIMAIS DE DANIEL SIMBOLIZAM O QUE MESMO?
“E quatro grandes animais, diferentes uns dos
outros, subiam do mar... Estes grandes animais, que são quatro, são quatro
reis, que se levantarão da terra... Assim me disse ele: O quarto
animal será um quarto reino na terra.” (Daniel 7.3; 7.7; 7.23).
Tradicionalmente, e desde muito tempo, a maioria dos intérpretes vê os quatro
animais (leão, urso, leopardo, animal terrível), como Babilônia, Média-Pérsia,
Grécia e Roma, respectivamente.
A INTERPRETAÇÃO TRADICIONAL DE DANIEL 7 E O PRINCIPIO DA
SIMETRIA
Simetria simplesmente significa harmonia, ou seja, todas as peças se encaixando
perfeitamente e completando o quebra-cabeça. Se a Palavra de Deus é simétrica,
isto significa que todas as suas profecias seguem uma só linha de pensamento.
Se as 7 cabeças de Apocalipse são as
mesmas 7 de Daniel (e as evidências indicam que sim), só precisamos identificar
quem é quem em Daniel.
Boa parte da Bíblia tem como pano de fundo os quatro reinos (Babilônia,
Medo/Persa, Grécia e Roma). Na verdade, desde o profeta Isaías até o tempo em
que João teve a revelação do Apocalipse, o povo de Deus sempre esteve na
mira desses quatro reinos.
O tema dos quatro reinos domina todo o livro de Daniel:
Capítulo 1 – Babilônia domina;
Capítulo 2 – Os quatro aparecem em
profecia;
Capítulos 3, 4 e 5 (Domínio de
Babilônia);
Capítulo 6 (Domínio Medo/Persa);
Capítulo 7 (Os 4 reinos em conflito);
Capítulo 8 (profecias envolvendo a Grécia e
os Medo/Persas);
Capítulo 9 (Domínio
Medo/Persa);
Capítulo 10 (Domínio
Medo/Persa);
Capítulo 11 (reinos saídos da divisão grega);
Capítulo 12 (Nenhum reino citado, a não ser o
de Deus);
As evidências bíblicas e históricas apontam que os quatro animais simbolizam,
respectivamente, os seguintes reinos do passado:
01 – Leão - Babilônia
02 – Urso – Média/Pérsia
03 – Leopardo - Grécia
04 – Animal terrível - Roma
OK, PROVE!
Continua...
(Trecho retirado do livro “UM DETETIVE INVESTIGA A BESTA”, de Moacir Junior)
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